Congresso 2022: Humanity / Humanities on the Move

Apresentação Geral

Humanity on the move é o título do chamado Flagship Report de mais de 500 páginas (Berlin: WBGU, 2016): Já nada é imóvel no nosso planeta, e, acima de tudo, já quase ninguém fica no mesmo sítio. Hoje em dia é altamente improvável alguém nascido numa zona residencial, numa cabana ou numa mansão morrer também nesse lugar. Ele ou ela mover-se-á várias vezes durante a vida – de casa em casa, do campo para a cidade, de uma vila para uma metrópole, do país de origem para o país vizinho, de continente para continente, constantemente comutando, viajando, itinerante e … em fuga. Estas relocalizações da humanidade são instigadas pela busca da felicidade e preenchimento pessoal, pela curiosidade, mas também pela lógica de correntes de valor global, pelas violentas leis da pobreza, violência, desordem política, conflitos militares e desintegração social.

Com a Humanidade em movimento, as Humanidades devem mover-se. Esta é uma ideia lançada pela World Humanities Conference. Challenges and Responsibilities for a Planet in Transition (Liège 2017): Até à Segunda Guerra Mundial, as Humanidades estavam no centro do debate público e da arena política. Nas últimas décadas, o seu papel esbateu-se e estas foram sendo marginalizadas. É essencial parar esta marginalização, restaurar as Humanidades e impor a sua presença na esfera pública. Não se trata de demonstrar que as Humanidades são “úteis”, mas de determinar o seu alcance e como elas podem contribuir para a resolução dos principais desafios do terceiro milénio, lidando, entre outros aspetos, com a dissociação entre qualidade da vida e estilo de vida com utilização intensiva de recursos. O ponto de partida é uma definição alargada e reestruturada de qualidade de vida e prosperidade que vá para além dos fatores materialmente/economicamente “objetivos”, e que inclua também fatores “subjetivos” como identidade, solidariedade, sentido de pertença, círculos de confiança e sociais. Neste sentido, a investigação deve focar-se no quanto os processos complexos e altamente diversos de aprendizagem ao longo da vida presentes nas Artes, Línguas, Cultura e Literatura podem levar a mudanças em orientações individuais e em estilos de vida coletivos, em direção a uma vida sustentável, baseada na solidariedade; a investigação deve analisar formas de encontrar uma definição alternativa de “boa vida”, orientada, entre outros, para o conhecimento alimentado pelas Humanidades na sua capacidade de descoberta, de construção de conhecimento em formas sempre novas (Friedman, 2017: 347): como viver, viver junto em comunidades heterogéneas e em mudança, e preservar a riqueza da memória plural que é a âncora da consciência coletiva de pertença transcultural.

Friedman, Susan Stanford (2017). Both / And: Critique and Discovery in the Humanities. PMLA 132.2 (2017), 344-351.

Programa Geral

Para além de 10 keynote speakers, o programa inclui 40 comunicações, organizadas em 7 painéis, envolvendo cerca de 50 participantes vindos de todo o mundo. Haverá apresentações de diversos projetos de investigação e de intervenção social.
Na tarde do dia 27, terão lugar a sessão de abertura, 2 palestras de keynote speakers e a apresentação de um filme, seguido de uma mesa redonda e o Vinho Verde de Honra.

Para os programas dos painéis consulte os separadores específicos no menú Painéis.