I CICLO DE CINEMA WOMANART

Ciclo de Cinema Mulheres, Artes e Ditadura (1ª Edição)

Cinemax Braga Shopping

Dias: 14, 21 e 28 de março/ 4 e 11 e de abril | 21.30h

Programa:

14 de março: Cartas a uma ditadura [documentário, 2006]. Realizadora: Inês de Medeiros.

Apresentado por Ana Gabriela Macedo (CEHUM/ Universidade do Minho)

Sinopse:
Documentário de Inês Medeiros que revisita a memória dos anos do salazarismo através do olhar e testemunho de várias mulheres, de diversos extractos sociais, que, em 1958, foram convidadas a manifestar o seu apoio a Salazar, em cartas laudatórias, a pretexto da primeira crise que abalou a ditadura, aquando da campanha do General Humberto Delgado. Desde as mais fervorosas defensoras do ditador até às mais comedidas ou simples, em quem a propaganda surtia outro tipo de efeito, “Cartas a uma Ditadura” desmonta o regime e as suas estratégias de perpetuação.

21 de março: 48 [documentário, 2009]. Realizadora: Susana de Sousa Dias.

Apresentado por Vítor Ribeiro (Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão)

Sinopse:
O que pode uma fotografia de um rosto revelar sobre um sistema político? O que pode uma imagem tirada há mais de 35 anos dizer sobre a nossa actualidade? Partindo de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), 48 procura mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou auto-perpetuar durante 48 anos. Depois de Natureza Morta – Visages d’une Dictature (filme galardoado a nível internacional e exibido em festivais e mostras em cinco continentes), Susana de Sousa Dias volta a centrar-se na época do Estado Novo, utilizando um dispositivo cinematográfico inovador.

28 de março: Spell Reel [documentário experimental, 2017]. Realizadora: Filipa César.

Apresentado por Márcia Oliveira

Sinopse:
Spell Reel de Filipa César é o resultado de uma pesquisa mulitifacetada e de um projeto de digitalização que se iniciou em 2011 com Sana na N’Hada e Flora Gomes. Tendo estudado cinema em Cuba, ambos começaram a usar a câmara para observar a luta da independência na Guiné Bissau (1963–74). Depois de terem digitalizado, em Berlim, o material visual e áudio em decomposição, os cineastas viajaram com um cinema móvel para os locais onde as filmagens tinham sido originalmente realizadas e exibiram-nas ao público pela primeira vez, adicionando ao filme os seus comentários. Posteriormente, seguiram em frente, regressando a Berlim.

4 de abril: Quem É Bárbara Virgínia? [documentário, 2017]. Realizadora: Luísa Sequeira.

Apresentado pela realizadora, Luísa Sequeira e Margarida Pereira

Sinopse:
O documentário retrata a vida da cineasta Bárbara Virgínia, a primeira portuguesa a fazer um filme e a única mulher a fazer um filme na ditadura portuguesa. Uma figura importante para a cultura que acabou sendo esquecida.

11 de abril: Natal 71 [documentário, 2000]. Realizadora. Margarida Cardoso.

Sinopse:

Natal 71 é o nome de um disco oferecido aos militares em guerra no Ultramar português nesse mesmo ano. Cancioneiro do Niassa é o nome que foi dado a uma cassete áudio, gravada clandestinamente por militares ao longo dos anos de guerra, em Moçambique. Era o tempo em que Portugal era um grande império colonial – pelo menos era o que eu lia nos livros da escola – e para que assim continuasse, o meu pai e grande parte da sua geração combateu nessa guerra, que durou treze anos. Hoje transportamos, em silêncio, essas memórias. Olho para trás e tento ver. Em casa do meu pai encontrei algumas fotografias, a cassete e o disco. A cassete éuma voz de revolta, o disco é uma peça de propaganda nacionalista. São memórias de uma ditadura fascista. Memórias de um país fechado do resto do mundo, pobre e ignorante, adormecido por uma propaganda melosa e primária que nos tentava esconder todos os conflitos, e que nos impedia de pensar e de reconhecer a natureza repressiva do regime em que vivíamos.